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EUA dizem que "maior medo" virou realidade após Rússia cortar fornecimento de gás na Europa

Impacto na Europa pode repercutir nos EUA, elevando os preços do gás natural e da eletricidade, dizem autoridades

Por Mauricio Santos em 27/07/2022 às 09:55:20

O governo dos Estados Unidos está trabalhando furiosamente nos bastidores para manter os aliados europeus unidos contra a Rússia, enquanto Moscou corta ainda mais seu fornecimento de energia para a União Europeia, provocando pânico em ambos os lados do Atlântico sobre a escassez de gás, potencialmente grave, no inverno, dizem autoridades dos EUA.

Na segunda-feira (25), a estatal russa de gás Gazprom disse que cortaria pela metade os fluxos do gasoduto Nord Stream 1 para a Alemanha, para apenas 20% de sua capacidade.

Uma autoridade dos EUA disse que a medida é uma retaliação às sanções ocidentais,  que coloca o Ocidente em "território inexplorado" quando se trata de saber se a Europa terá gás suficiente para passar o inverno.

Em resposta à situação, a Casa Branca enviou o coordenador presidencial de energia global Amos Hochstein para a Europa, na terça-feira (26), disseram autoridades. Ele viajará para Paris e Bruxelas para discutir planos de contingência com a força-tarefa de energia EUA-UE criada em março, um mês após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

"Este era o nosso maior medo", disse o funcionário dos EUA. O impacto na Europa pode repercutir nos EUA, elevando os preços do gás natural e da eletricidade, disse a autoridade. Também será um grande teste de resiliência e unidade europeias contra a Rússia, já que o Kremlin não mostra sinais de retirada da Ucrânia.

Os EUA e Bruxelas têm pedido aos membros da UE que economizem gás e o armazenem para o inverno e, na terça-feira, os ministros da Energia concordaram, em princípio, em reduzir o uso de gás em 15% de agosto a março.

Também haverá discussões nos próximos dias sobre o aumento da produção de energia nuclear na Europa para compensar a escassez de gás, disseram autoridades. A Alemanha planejava eliminar completamente o uso de energia nuclear até o final de 2022, mas autoridades dos EUA esperam convencer Berlim a prolongar a vida de suas três usinas nucleares restantes em meio à crise de energia, disse uma autoridade.

Autoridades dos EUA, que estiveram em contato próximo com autoridades alemãs e francesas sobre esse assunto, estão extremamente preocupadas com o fato de a Europa enfrentar uma grave escassez de gás no inverno. Isso ocorre porque os países da UE terão dificuldades para preencher suas reservas nos próximos meses, com o Nord Stream 1 fornecendo apenas uma fração de sua capacidade.

A Alemanha descartou planos para outro gasoduto Rússia-Europa, Nord Stream 2, depois que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro.

Os EUA se opuseram a esse gasoduto, alertando que isso só aumentaria a dependência europeia do gás russo. Mas a Alemanha argumentou que o oleoduto era um projeto puramente comercial e que poderia servir como uma ponte de energia à medida que eliminasse a energia nuclear e o carvão.

FOTO DE ARQUIVO: Instalações de desembarque do gasoduto "Nord Stream 1" em Lubmin, Alemanha / , 21 de julho de 2022. REUTERS/Annegret Hilse/Foto de arquivo

Os EUA finalmente emitiram isenções permitindo que o projeto do oleoduto avance sem sanções paralisantes.

Agora, autoridades disseram que um corte de 15% no consumo de gás da Europa, juntamente com um aumento nas exportações globais de gás natural liquefeito para a Europa, inclusive dos EUA, provavelmente não será suficiente para compensar a escassez.

"Esta é uma guerra aberta de gás que a Rússia está travando contra uma Europa unida", disse o presidente ucraniano Volodymr Zelensky na terça-feira. A autoridade dos EUA disse que está claro que os russos estão "atacando" e tentando "desestabilizar a Europa" porque não estão alcançando seus objetivos na Ucrânia.

Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional chamou as medidas da Rússia apenas de suas últimas tentativas de "usar o gás natural como arma política e econômica".

"A coerção energética da Rússia pressionou os mercados de energia, aumentou os preços para os consumidores e ameaçou a segurança energética global. Essas ações apenas reforçam a importância do trabalho que os Estados Unidos e a Comissão Europeia estão fazendo para acabar com nossa dependência da energia russa", disse o comunicado.
"Continuaremos trabalhando com nossos parceiros europeus para reduzir a dependência da energia russa e apoiar seus esforços para se preparar para uma maior desestabilização russa dos mercados de energia".

Fonte: CNN Brasil

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