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Leite materno

Campanha incentiva doação de leite materno no país

A profissional de saúde Luciana Simões Gripp Barros doou o excedente de leite até os nove meses da filha mais velha e parou com o início da pandemia de covid-19 porque não ainda havia estudos sobre a doença.


A profissional de saĂșde Luciana Simões Gripp Barros doou o excedente de leite até os nove meses da filha mais velha e parou com o inĂ­cio da pandemia de covid-19 porque não ainda havia estudos sobre a doença. Agora, com a filha mais nova com menos de um mĂȘs, ela voltou a doar no Banco de Leite do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz), situado no bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro.

Segundo Luciana, quando a mulher vira mãe começa a olhar para o bebĂȘ de outra forma. "Começa a se colocar no lugar daquela mãe que tem filho prematuro, que não tem leite suficiente ou que não pode amamentar. Tudo muda. O nosso olhar fica mais atento ao bebĂȘ". Ela explicou que quando a mulher tem filho, os hormônios ficam tão à flor da pele que trazem uma sensibilidade que leva a perceber e se colocar realmente no lugar do outro. "É um emaranhado de sentimentos. É gratidão, empatia, é vocĂȘ também ser grato a Deus por ter a oportunidade de amamentar suas filhas. Então, fazer isso pelo outro é uma forma de retribuição pelo que vocĂȘ tem".

Surgimento

O primeiro banco de leite humano do paĂ­s foi criado em outubro de 1943, no Instituto Nacional de Puericultura, hoje IFF/Fiocruz, alcançando cinco unidades até os anos 80. O nĂșmero começou a aumentar a partir daĂ­ e se configurou como Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (Rede BLH-BR) durante um congresso, em 1985.

A coordenadora da Rede BLH-BR, Danielle Aparecida da Silva, também coordenadora do Banco de Leite Humano (BLH) do IFF/Fiocruz, informou que em outro congresso, em 2010, essa rede se estendeu como rede global de bancos de leite humano. "Porque só de 2005 em diante, a gente conta com a participação de outros paĂ­ses da América Latina e, depois, da PenĂ­nsula Ibérica, do Caribe, da América e África." Mais recentemente, aderiram paĂ­ses do Brics (bloco que reĂșne o Brasil, a RĂșssia, Índia, China e África do Sul). A rede brasileira serviu de inspiração para a Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH). "Ela se amplia para uma rede global. Somos um Ășnico modelo, uma Ășnica ação".

ReferĂȘncia

A Rede BLH-BR se tornou referĂȘncia mundial pelo modus operandi (modo de operação), disse Danielle. O modelo introduzido no Brasil na década de 40 era anglo-saxão e entendia o uso do leite humano como um medicamento para as crianças que não respondiam bem ao tratamento quando internadas. Mas, quando o trabalho dos bancos foi iniciado em rede, o leite humano passou a ser visto muito mais do que um medicamento, como um alimento funcional, com caracterĂ­sticas próprias, capazes de promover o crescimento e desenvolvimento de recém-nascidos vulnerĂĄveis internados na UTI neonatal. "E mais que isso: A gente traz para dentro do banco de leite assistĂȘncia e atenção ao aleitamento materno. Ou seja, o banco de leite passa a ser um centro de apoio à amamentação, um centro de proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno", reforçou Danielle.

Qualquer mulher que tenha dĂșvidas sobre algumas intercorrĂȘncias durante o perĂ­odo de amamentação pode se dirigir a um banco de leite humano, onde a equipe multidisciplinar irĂĄ apoiĂĄ-la nesse momento, indicou a coordenadora. Por isso, o banco passa a ser visto também pelo Ministério da SaĂșde como ferramenta de promoção do aleitamento materno e instrumento para diminuição da mortalidade infantil nesse quesito neonatal. AĂ­, começa a ter a visibilidade para outros paĂ­ses. "Assim, a gente começa a implementar uma cooperação técnica em bancos de leite humano", destacou a coordenadora.

O Brasil conta, atualmente, com 228 bancos de leite humano e 240 postos de coleta. São Paulo é o estado com maior nĂșmero de bancos (58) e tem 49 postos de coleta. Do total de mais de 234 mil litros de leite humano coletados durante o ano passado pela Rede BLH-BR, o Distrito Federal foi a unidade federativa que coletou a maior quantidade de leite humano: 15.162 litros. "É onde existe maior autossuficiĂȘncia de leite humano". O estado do Rio de Janeiro tem 17 bancos de leite humano e 18 postos de coleta.

BenefĂ­cios

A campanha deste ano do Dia Mundial de Doação de Leite Humano tem o slogan "Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho". Danielle aproveitou para dizer às mulheres que produzem quantidade excedente de leite que podem entrar em contato com os bancos e fazer sua doação. "Ao amamentar, ela sonha para o filho um futuro melhor. E, quando ela doa, permite que outras mães sonhem também, porque estĂĄ doando para um bebĂȘ prematuro, que estĂĄ na UTI neonatal, que nasceu antes da hora e ainda precisa muito dessa doação para o crescimento e o desenvolvimento saudĂĄvel. Porque o leite humano é o melhor alimento, que tem todos os seus ingredientes de forma apropriada para o crescimento dessa criança".

O leite humano tem ainda caracterĂ­sticas de prevenção de diarreia, de doenças cardiovasculares, de diabetes; é um alimento contra infecções. A mulher que doa leite humano estĂĄ ajudando, apoiando a vida saudĂĄvel de outro bebĂȘ. A média é de 40 recém-nascidos prematuros internados no IFF/Friocruz por mĂȘs.

Como doar

Para se tornar doadora, a mulher deve ligar para o banco de leite do IFF/Fiocruz, no nĂșmero gratuito 0800 026 8877, e se cadastrar. São solicitados os Ășltimos exames pré-natais. Ao fazer o cadastro, a mãe recebe orientação sobre como extrair e colher o leite, disse Danielle. Imediatamente após a coleta, o leite deve ser congelado em frascos de vidro esterilizados que a mãe recebe do banco de leite humano e etiquetados. O material pode permanecer congelado por 15 dias. "A mãe coloca o nome dela e a hora da coleta na etiqueta". Na semana seguinte, representantes do IFF recolhem o leite congelado na casa da doadora e deixam mais frascos e etiquetas.

As mães não devem fumar, nem fazer uso de bebidas alcoólicas ou drogas ilĂ­citas. Serão doadoras durante o tempo que quiserem. Não hĂĄ restrição quanto ao volume doado. O leite doado aos BLHs e Postos de Coleta passa por rigoroso processo de seleção, classificação e pasteurização até que esteja pronto para ser distribuĂ­do com qualidade certificada a bebĂȘs internados em unidades de terapia intensiva neonatais.

As mulheres em fase de amamentação que se interessem em doar ou tirar dĂșvidas podem entrar em contato com o Banco de Leite Humano (BLH) do IFF/Fiocruz pelos nĂșmeros 0800 026 8877, (21) 2554-1703 ou (21) 9 8508-6576 (whatsapp).

No próximo dia 23, o banco de leite humano do IFF/Fiocruz promoverĂĄ um evento de celebração com as mães doadoras e mães dos recém-nascidos prematuros internados na UTI Neonatal da instituição. Durante todo o mĂȘs de maio, a unidade estĂĄ realizando o Curso de Aconselhamento em Aleitamento Materno para os seus profissionais de saĂșde.






AgĂȘncia Brasil, em Veja ParanĂĄ

Saúde Leite Materno Doação Dia Mundial

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