Fusca que aparece na contramão antes de engavetamento estava parado na BR-277, diz superintendente da PRF; motorista será ouvido
Superintendente também atualizou para 73 o número de veículos envolvidos na batida que matou cinco pessoas. PRF acredita que houve intervalo de pelo menos 7 minutos entre primeira e última batida.
Batida na BR-277, em Balsa Nova, envolveu diversos veículos; pelo menos um caminhão pegou fogo ?- Foto: PRF
O fusca que aparece na contramão na BR-277, antes do engavetamento em Balsa Nova, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), não estava trafegando, de acordo com avaliação preliminar do superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Fernando Oliveira.
O motorista do veículo, segundo Fernando, foi identificado e será ouvido na investigação. A Delegacia da Polícia Civil de Campo Largo investiga se o motorista pode ter causado o engavetamento.
"Embora haja a percepção daquele vídeo que ele estivesse transitando, se você faz uma análise mais detida ali, ele está parado", disse Fernando.
A RPC apurou que, em um termo de declaração, o motorista do fusca relatou que houve uma colisão na traseira, que ele bateu a cabeça e não se lembra de mais nada. No termo, não há informações sobre o carro estar na contramão.
No momento do acidente, o motorista viajava para Alvorada do Sul com a mãe. Ela foi contatada pela reportagem, mas não quis gravar entrevista. Entretanto, afirmou que nem ela, nem o filho, lembram do carro na contramão.
A PRF não informou quando a mulher e o filho serão ouvidos.
A explicação de Fernando sobre o fusca faz menção a uma filmagem, feita por câmera de um caminhão, momentos antes do acidente. Segundo ele, a PRF já tinha analisado as imagens.
Às 14h15, o fusca passa por um caminhão, no sentido Ponta Grossa. Cerca de 1 minuto e meio depois, o fusca aparece, na contramão, e dá sinal de luz para o caminhoneiro. O caminhão continua o trajeto e, pouco depois, para junto com outros veículos.
A suspeita da polícia é que, neste momento, um primeiro acidente tenha acontecido.
Para Fernando, a suspeita de que o fusca transitava na contramão "é uma avaliação preliminar, não corresponde aos fatos".
Ele sustenta que o carro pode, por exemplo, ter girado na pista no primeiro acidente. Esta conclusão, segundo Fernando, foi baseada na experiência em acidentes deste tipo.
"Aquele vídeo ali dá a impressão de que o fusca está na contramão, mas se você observar em comparação com itens da imagem que são fixos é muito provável que ele tenha rodado e tenha parado imobilizado na contramão."
Delegado acredita que fusca tem envolvimento no engavetamento
Na segunda-feira (4), à RPC, o delegado Ademair da Cruz Braga Júnior, responsável pelo caso, disse acreditar que "houve contribuição" do fusca com o engavetamento.
A suspeita do delegado aumentou a partir de uma foto obtida pela investigação, que mostra um fusca, em outro momento, entre veículos batidos.
Segundo o delegado, a polícia investiga se o motorista pode ter influenciado uma segunda batida com os acidentes sequenciais.
"Não dá pra precisar que ele se envolveu no acidente onde nós tivemos as vítimas fatais. Que tenha sido ele o causador. Mas em grande parte a contribuição dele, houve", disse Braga Júnior.
Primeiro e último acidente tiveram intervalo de 7 minutos
Na entrevista, Fernando Oliveira, da PRF, também destacou que entre o primeiro acidente e o último, se passaram sete minutos.
As causas dos acidentes ainda são investigadas, porém, a polícia acredita que contribuíram com as batidas o excesso de velocidade e o pouco distanciamento entre os veículos, além dos fatores climáticos.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu por volta das 14h30 na altura do km 136.
De acordo com testemunhas, no momento das batidas havia muita neblina na pista.
Após o engavetamento, um caminhão carregado com geladeiras chegou a explodir, mas não houve vítimas relacionadas ao incêndio, diz a PRF.
Fonte: G1, RPC, em Veja Paraná