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Aranha sobre protestos antirracistas nos EUA: "No Brasil, resultaria em mais negros mortos"

Os protestos contra o racismo nos Estados Unidos já chegaram ao décimo dia após o crime contra George Floyd, homem negro que foi morto por um policial branco. No [...]


Os protestos contra o racismo nos Estados Unidos já chegaram ao décimo dia após o crime contra George Floyd, homem negro que foi morto por um policial branco. No entendimento de Aranha, ex-goleiro do Santos e alvo de insultos preconceituosos em 2014, a mobilização no território estadunidense é importante, mas não significa que irá mudar, de fato, o cenário no país.

"Eles estão longe de superar o racismo. Não é a primeira vez que isso acontece lá, e também não podemos nos enganar com essa repercussão toda, porque se não tivessem filmado, seria só mais um para as estatísticas", disse o arqueiro aposentado em 2018, em entrevista ao "ATribuna.com.br".

Aranha fala sobre o assunto com propriedade. Em 2014, quando representava o Santos na Copa do Brasil, ele foi chamado de "Macaco" por torcedores do Grêmio, no Rio Grande do Sul. Seis anos depois, ele acha que a luta contra o racismo no Brasil ainda está muito atrasada.

"Você observa que lá [Estados Unidos] fizeram barricada para que o protesto não acabasse com mais derramamento de sangue. No Brasil, uma onda dessas resultaria em mais negros mortos, feridos e presos, enquanto os racistas estariam rindo dentro de suas casas ou promovendo atos de vandalismo nas ruas para desleigitimar o protesto a favor dos negros", observou.

Cartaz de torcedores do Grêmio para o goleiro Aranha

Ainda assim, Aranha enxerga que o debate sobre o preconceito racial ganhou mais força desde o episódio na Arena do Grêmio. "Hoje se fala e se debate mais o assunto. Os negros passaram a fazer mais denúncias e estão mais confiantes em exigir seus direitos, ainda que tentem rotular essas denúncias como vitimismo ou "mimimi", que são duas expressões muito usadas pelos racistas", comentou.

Na entrevista, Aranha também falou que o atual governo federal tem "atrapalhado e banalizado o problema", citando o espectro político da direita como maioria entre os racistas. Além disso, ele acredita que os jogadores e astros do esporte brasileiro não podem ser cobrados para se manifestar sobre o assunto.

"Muitos negros não sabem o que é racismo estrutural, então não podemos cobrar um posicionamento de pessoas que não conhecem sua história. Eles não teriam argumentos sólidos para o enfrentamento. Mas penso que podem colaborar demonstrando insatisfação", comentou.

Aranha fez toda sua trajetória no futebol dentro do país. Formando na Ponte Preta, ele também passou por Atlético-MG, Santos, Palmeiras, Joinville e Avaí.

JP

Futebol Aranha Eua George Floyd Protestos Racismo

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