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Software que marcou a web chegará ao 'fim da vida' no dia 31 de dezembro. Flash Player é responsável por reproduzir animações e vídeos em Flash, mas programa é executado dentro de navegadores e de documentos do Office, criando oportunidades para hackers.DivulgaçãoA Adobe publicou uma nova página com informações sobre o "fim da vida" do Flash Player, um software responsável pela reprodução de animações e vídeos. Segundo a empresa, usuários devem desinstalar o programa até o dia 31 de dezembro de 2020.Flash Player não será mais atualizado a partir de 2020, diz AdobeNão adianta manter o software no computador: após essa data, a reprodução de conteúdos em Flash será bloqueada pelo próprio programa, segundo a empresa.Quem optar por não desinstalar o programa imediatamente poderá receber um alerta nos próximos meses. A mensagem deve avisar sobre a data limite para a remoção do software.Muitas instalações do Windows costumam vir acompanhadas do Flash Player para ser acionado dentro do Internet Explorer. O Chrome e o Edge incluem o Flash como parte de suas instalações, mas desativam o programa por padrão.Quem decidiu reativar o Flash por alguma razão nesses navegadores também deve desativá-lo. A integração dos navegadores com o Flash ocorre de maneira antiquada e insegura, deixando o sistema exposto a ataques que instalam programas espiões ou outros vírus durante a navegação na web.No início de junho, a Adobe lançou uma atualização para corrigir duas brechas graves no Flash. Manter o programa completamente desativado garante que o navegador fique imune a esses ataques. Como a tecnologia quase não é mais usada de maneira legítima, usuários não devem notar problemas ou erros durante a navegação.Na verdade, muitos sites que dizem exigir essa tecnologia hoje são sites maliciosos, que usam o nome do Flash apenas como pretexto para que a vítima realize o download de um programa espião.Como desinstalar ou desativar o FlashO Flash Player pode estar presente no computador de três maneiras:Instalação manualPré-instalado com o sistemaEmbutido em navegadoresNos dois primeiros casos, a Adobe recomenda o uso de um programa de desinstalação específico. Esse programa pode ser baixado na página da Adobe para Windows e para Mac.Para o terceiro caso, não é possível "remover" o Flash dos navegadores. Ele precisa ser desativado para que sites não possam acioná-lo.Para verificar as configurações do Flash no Google Chrome, por exemplo, é preciso abrir as configurações do navegador (menu três barras > Configurações) e clicar em "Privacidade e segurança" no menu à esquerda. Em "Configurações do site", deve-se rolar a janela para baixo até encontrar "Flash". O controle deslizante deve ficar na posição "Desligado" (Impedir que sites executem Flash). Em outros navegadores, consulte as orientações da Adobe. Em "Verifique se o Flash Player está instalado em seu computador", clique em "Verificar agora". O site vai informar se o plug-in está ou não ativado.Site da Adobe informa se Flash está ativado no navegador. Para aumentar a segurança durante a navegação na web, é recomendado desativar o aplicativo.ReproduçãoCaso o Flash esteja ativo, consulte as opções da Adobe para desativá-lo.O único navegador que ainda mantém o Flash ativo é o Internet Explorer. O uso desse navegador também deve ser evitado – ele só está presente no Windows para manter a compatibilidade com sites antigos e corporativos. O uso diário do Internet Explorer não é recomendado.Projeto arquiva 45 mil jogos em FlashO Flash Player costumava ser integrado como "plug-in" em navegadores. Ele se tornou icônico no final dos anos 1990 e início de 2000, quando ainda estava nas mãos da sua segunda dona, a Macromedia. Nesse período, o Flash permitiu a criação de sites mais interativos e até de jogos on-line – muito além das capacidades dos navegadores da época.Com o fim do Flash, esse conteúdo antigo pode se perder para sempre. Embora os navegadores hoje tenham tecnologias equivalentes ao Flash, eles não são compatíveis com o formato. Sendo assim, não haverá motivo para sites manterem no ar um conteúdo que nenhum navegador ou computador pode reproduzir.Isso motivou um arquivista digital, conhecido simplesmente como "BlueMaxima", a criar um projeto de preservação de jogos antigos. A coleção Flashpoint já ocupa 400 GB e tem 49 mil jogos, entre os quais 45 mil estão em Flash. Existe também uma opção para baixar apenas o conteúdo desejado.A legalidade do projeto é incerta. A Adobe informou que não vai distribuir o Flash Player após o dia 31 e não recomenda o download de fontes não oficiais. A companhia também disse que não pretende disponibilizar versões antigas do programa – é possível que versões antigas continuem funcionando após a data de corte de 31 de dezembro, o que geraria interesse por essas versões, ainda mais inseguras.Além de ter se transformado em uma plataforma para jogos, o Flash também foi muito usado por sites como YouTube e Facebook para transmitir conteúdo em vídeo, desviando das limitações que os navegadores tinham para a decodificação de streaming de alto desempenho. Aos poucos, esses e outros sites migraram para as tecnologias de reprodução de vídeo que hoje vêm embutidas nos próprios navegadores.O Facebook abandonou os vídeos em Flash em dezembro de 2015. Em julho de 2017, a Adobe anunciou que o Flash seria descontinuado. Na ocasião, navegadores como Edge, Chrome e Firefox já estavam impondo restrições ao uso da tecnologia, mantendo o Flash habilitado apenas em sites pré-autorizados.Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para g1seguranca@globomail.com