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PGR pede ao STF abertura de inquérito contra Weintraub por crime de racismo contra China

Ministro da Educação insinuou, em rede social, que chineses poderiam se beneficiar, de propósito, da crise do coronavírus. Vice-procurador quer ouvir Weintraub [...]

Por Mauricio Santos em 15/04/2020 às 11:39:28

Ministro da Educação insinuou, em rede social, que chineses poderiam se beneficiar, de propósito, da crise do coronavírus. Vice-procurador quer ouvir Weintraub e acessar registros do post. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, em imagem de 2019

Wilson Dias/Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub. A intenção é investigar a ocorrência do crime de racismo por postagem contra a China em uma rede social.

No início do mês, Weintraub insinuou que a China poderia se beneficiar, de propósito, da crise mundial causada pelo coronavírus. Depois, ele apagou o texto. O G1 aguarda posicionamento do Ministério da Educação sobre o pedido de inquérito.

Segundo o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, a conduta do ministro configura, em tese, infração penal prevista na parte final do art. 20 da Lei n' 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito.

A conduta é punível com reclusão de um a três anos e multa.

"As mencionadas peças de informação revelam que o ministro de Estado da Educação, Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub, teria veiculado no dia 4 de abril próximo passado, e posteriormente apagado, manifestação depreciativa com a utilização de elementos alusivos à procedência do povo chinês, no perfil que mantém na rede social Twitter", escreveu Humberto Jacques.

"Esse comportamento configura, em tese, a infração penal prevista na parte final do art. 20 da lei nÂș 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito", prosseguiu.

No documento, a PGR pede que o Supremo autorize o depoimento do ministro e determine a "preservação", e posterior obtenção, dos dados referentes ao acesso usado para publicar o post – por exemplo, o IP (código único de cada computador conectado à internet) utilizado para o acesso à internet.

A PGR também pretende acessar os registros ("logs") relacionados ao acesso de quem fez a postagem, bem como o e-mail usado por ocasião da criação do perfil na rede social.

A ofensa

Weintraub publica post com insinuações contra a China e apaga; embaixada cobra retratação

Na postagem, Weintraub disse que a China vai sair "relativamente fortalecida" da crise do coronavírus e que isso condiz com os planos do país de "dominar o mundo". Disse ainda que haveria, no Brasil, parceiros dos chineses nesse objetivo.

"Geopolíticamente [sic], quem podeLĂĄ saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou hĂĄ mais amiguinhos?", escreveu Weintraub.

Para ilustrar a postagem, ele publicou ainda uma foto de uma capa de um gibi da Turma da Mônica, que mostra os personagens na China. Usando o personagem Cebolinha, que troca o "R" pelo "L", Weintraub ridicularizou o fato de alguns chineses, quando falam português, efetuarem a mesma troca de letras.

Na época, a embaixada chinesa no Brasil, também na rede social, divulgou uma resposta repudiando a fala do ministro e o embaixador, Wanming Yang, cobrou uma declaração oficial do governo sobre a fala de Weintraub.

Em março, também em uma rede social, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, escreveu que a "culpa" pelo coronavírus era da China.

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Fonte: G1

Tags:   G1
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