"Acolhendo o pedido das entidades sindicais dos jornalistas, vamos instalar no Ministério da Justiça o Observatório Nacional da ViolĂȘncia contra Jornalistas, a fim de dialogar com o Poder JudiciĂĄrio e demais instituições do sistema de justiça e segurança pĂșblica", disse o ministro em postagem nas redes sociais.
O anĂșncio ocorre pouco mais de uma semana depois dos atos golpistas dia 8 de dezembro, em BrasĂlia. Na ocasião, foram reportados ao menos 16 casos de agressão contra profissionais de comunicação, segundo balanço do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF.
"O objetivo do observatório é monitorar os casos de ataques à categoria, mobilizando os órgãos competentes para coibir as agressões e responsabilizar os agressores, além de acompanhar as investigações dos crimes cometidos para identificação e responsabilização dos autores", explica Samira de Castro.
A Fenaj sugere que o órgão seja composto por representantes dos ministérios da Justiça, dos Direitos Humanos e da Secretaria de Comunicação Social da PresidĂȘncia da RepĂșblica, além de representantes da sociedade civil organizada, como a própria federação, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Abraji, a entidade representante de professores e pesquisadores de jornalismo, além de representações patronais, como a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e Associação Brasileira de Emissoras de RĂĄdio e Televisão (Abert).
Não se trata de uma proposta nova. A Fenaj e os sindicatos de jornalistas tentam instituir o mecanismo pelo menos desde as jornadas de junho de 2013, hĂĄ quase 10 anos.
"A violĂȘncia contra a categoria atingiu nĂveis recordes nos Ășltimos 4 anos e presenciamos um ataque organizado às sedes dos TrĂȘs Poderes e à própria imprensa para conseguirmos, finalmente, debater essa iniciativa", disse a presidenta da Fenaj.
Outra reivindicação das entidades sindicais de jornalistas é a abertura de um canal exclusivo para que os profissionais possam denunciar os casos de agressão sofridos durante os atos golpistas.
Segundo o ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, a Direção-Geral da PolĂcia Civil do Distrito Federal vai designar um delegado responsĂĄvel especificamente pelos inquéritos envolvendo agressões a comunicadores. A ideia é resguardar a privacidade e garantir a segurança para que profissionais de imprensa exerçam suas funções sem risco de novas represĂĄlias.
Fonte: AgĂȘncia Brasil, em Veja ParanĂĄ