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Reação a vídeo com referência nazista mostra apego 'à democracia e às liberdades individuais', diz ministro Heleno

Ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, publicou neste sábado(18) declaração sobre o episódio

Por Mauricio Santos em 18/01/2020 às 14:21:53

Ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, publicou neste sábado(18) declaração sobre o episódio do vídeo do ex-secretário de Cultura, Roberto Alvim. O ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, se manifestou em suas redes sociais, neste sábado (18), sobre a demissão do agora ex- secretário de Cultura, Roberto Alvim. O ministro disse que foi "fantástica, e até emocionante" a reação "da nação como um todo ao infeliz resgate de pensamentos nazista". Veja o texto publicado pelo general:

"Fantástica, e até emocionante, a reação de intelectuais, artistas, historiadores, professores, estudantes, militares e da nação como um todo, ao infeliz resgate de pensamentos nazistas.Mostra uma face da convicção e do apego de nosso povo à democracia e às liberdades individuais", publicou o ministro.

Na última quinta-feira (16), Roberto Alvim fez um discurso semelhante ao do ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha Nazista, Joseph Goebbels, antissemita radical e um dos idealizadores do nazismo. Após várias manifestações de repúdio e críticas feitas ao conteúdo do vídeo, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a exoneração do secretário.

VEJA TAMBÉM: Goebbels criou base ideológica do nazismo, explica professor

Veja outras reações ao vídeo de Alvim:

Davi Alcolumbre, presidente do Senado, afirmou, na última sexta-feira (16): "Descabido e infeliz pronunciamento de assombrosa inspiração nazista do secretário de Cultura, Roberto Alvim. Como primeiro presidente judeu do Congresso nacional, manifesto veementemente meu total repúdio a essa atitude e peço seu afastamento imediato do cargo. É totalmente inadmissível, nos tempos atuais, termos representantes com esse tipo de pensamento. E, pior ainda, que se valha do cargo que eventualmente ocupa para explicitar simpatia pela ideologia nazista".

O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), disse: "Há de se repudiar com toda a veemência a inaceitável agressão que representa a postagem feita pelo secretário de Cultura. É uma ofensa ao povo brasileiro, em especial à comunidade judaica".

Augusto Aras, procurador-geral da República (PGR), declarou: "A única ideologia política admissível no Brasil é a democracia participativa, que tem como princípio fundante a liberdade de expressão. Ideias nazifascistas são totalitárias e destroem a democracia, daí porque, nesta excepcionalidade, a liberdade de expressão pode ser relativizada".

A embaixada da Alemanha no Brasil afirmou: "O período do nacional-socialismo é o capítulo mais sombrio da história alemã, trouxe sofrimento infinito à humanidade. A Alemanha mantém a sua responsabilidade. Opomo-nos a qualquer tentativa de banalizar ou mesmo glorificar a era do nacional-socialismo".

A Confederação Israelita do Brasil disse: "O Brasil, que enviou bravos soldados para combater o nazismo em solo europeu, não merece isso. Uma pessoa com esse pensamento não pode comandar a cultura do nosso país e deve ser afastada do cargo imediatamente".

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse que Alvim fez "referências claras a uma pessoa que promoveu o genocídio, a divisão racial" e que "a cultura brasileira não pode conviver com quem tem pensamento vinculado ao passado sombrio da história da humanidade".

Reações dos artistas

Zélia Duncan, cantora

"Definitivamente o fracasso subiu à cabeça do patético encarregado da falta de Cultura, Roberto Alvim...ator canastrão, diretor fracassado, encontrou nesse governo desafinado e brega, seu frágil êxtase nazista-fetichista. Faltou o bigode, pro fã do crime aparentar melhor com o ídolo".

"A trilha utilizada pelo nazi brasuca é Wagner. Artista utilizado por Hitler, para exaltar a raça ariana, os brancos 'puros'. Wagner era antissemita, não gostava de judeus. O circo de Alvim é lamentável e criminoso, se fôssemos um país direito, ele seria preso."

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Luciano Huck, apresentador

"Sou brasileiro de família judia. 6 milhões de judeus morreram por causa do nazismo. O holocausto é um fato histórico. Usar a Cultura p/ fazer revisionismo histórico é perverso e violento. O vídeo do secretário Roberto Alvim é criminoso. Revela uma conduta autoritária inaceitável"

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Alexandro Nero, ator

"Bom, Alvim caiu. Tinha que cair, mas não adianta comemorar. Só caiu pq foi flagrado. Deu MUITO na cara. Esse governo pensa exatamente como ele. Todo mundo já sacou. Entrará outro no lugar com o mesmo pensamento de aniquilar as diferenças. Esse é o projeto de cultura desse governo".

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Emicida, cantor

O Cantor Emicida divulgou uma tirinha da cartunista Laerte.

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AJosé de Abreu, ator

"Um doente, precisa de psiquiatra".

Gregório Duvivier, ator e humorista

"Frase nazista atitude nazista e música nazista levam internautas a pensar que Roberto Alvim é nazista".

Mika Lins, atriz e diretora teatral

"O secretário parafraseou Goebbels. Interpretou o personagem no pronunciamento com Wagner de trilha sonora e tudo. Não achem que não há um objetivo nisso. Só não vai dar pra dizer depois que esse governo passar que isso era um "experimento teatral". Que esteve ali infiltrado."

Reações da imprensa internacional

Revista alemã 'Der Spiegel' repercutiu o vídeo de Alvim

Reprodução/Der Spiegel

A revista alemã "Der Spiegel" repercutiu a fala de Alvim com informações das agências de notícias Reuters e DPA, citando a comparação feita em vários veículos brasileiros, entre a fala do secretário e a de Goebbels.

Estados Unidos

Reprodução da página do "The New York Times" com reportagem sobre Roberto Alvim

Reprodução

A página do jornal "The New York Times" publicou reportagem com o título: "Autoridade máxima da cultura no Brasil é demitida por discurso que evoca propaganda nazista".

O texto ainda menciona que, no fundo da gravação, tocava uma ópera que o jornal afirma "ser a que Adolf Hitler considerava a favorita". A música em questão é a ópera Lohengrin, do compositor alemão Richard Wagner (1813-1883).

Imagem de texto do "Washington Post" sobre Roberto Alvim

Reprodução

O site do "Washington Post" também repercutiu o caso: "Secretário de Cultura do Brasil demitido após aparentemente parafrasear propaganda nazista em discurso". O texto menciona que Alvim pretendia divulgar "uma nova iniciativa cultural".

Israel

Página do Haaretz, de Israel, sobre discurso de Roberto Alvim

Reprodução

O site israelense Haaretz, por meio de uma reportagem da agência de notícia Reuters, repercutiu a declaração de Alvim: "Brasil demite secretário de Cultura após vídeo ecoar Goebbels".

Reino Unido

Imagem da página do Guardian com reportagem sobre Roberto Alvim

Reprodução

A reportagem do jornal britânico "The Guardian" diz que o secretário foi "retirado do cargo após parafrasear o nazista Goebbels". "Roberto Alvim gerou uma onda de indignação com comentários sobre a cultura que foram assustadoramente remanescentes do chefe de propaganda de Hitler".

Publicação da BBC sobre Roberto Alvim

Reprodução

Além do "Guardian", o site da emissora pública BBC repercutiu a "indignação" gerada após "ecoar Goebbels". O texto cita a defesa do então secretário, que disse que o discurso foi uma "coincidência retórica".

França

France TV publicou reportagem sobre discurso de Roberto Alvim

Reprodução

O site da emissora pública francesa France Télévisions publicou reportagem sobre a demissão de Alvim pelo "discurso inspirado em Joseph Goebbels". "As referências são flagrantes e preocupantes", diz o texto, que ainda relembra que o discurso gerou repercussão no Twitter ainda na noite de quinta-feira.

Argentina

Clarín, da Argentina, noticiou o discurso de Roberto Alvim e sua demissão

Reprodução

"Jair Bolsonaro demite seu secretário de Cultura por um copiar um discurso de Goebbels", diz o título da reportagem publicada no site do jornal argentino "Clarín".

Discurso de Alvim

A queda de Roberto Alvim na Cultura

Vídeo de Roberto Alvim provoca reações em Brasília, no Judiciário e na sociedade

Fonte: G1

Tags:   G1
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