Conforme a 1ª Promotoria de Justiça de Toledo, na madrugada de 2 de fevereiro deste ano, motivado por ciúmes por conta de uma conversa de Whatsapp, o réu agrediu a companheira, na casa onde moravam. Chegou a filmar a agressão e enviar para pessoas que teriam motivado a crise.
Assustada, a mulher fugiu, entrou em seu carro e saiu da residência. O acusado passou a persegui-la, em outro veículo, dirigindo em alta velocidade, o que fez com que ela batesse de frente com um barranco, morrendo na hora. Como resume a Promotoria, "o denunciado deu causa direta à morte da vítima. O crime foi cometido por razões da condição de sexo feminino da vítima, como prática de violência doméstica e familiar, com inequívoco menosprezo à condição de mulher."
O caso teve muita repercussão na cidade pois, a princípio, foi tratado como um acidente de trânsito. Agora o acusado passa a responder por femincídio.
Consta também na ação penal que, no dia 4 de fevereiro, o acusado passou a mandar mensagens via aplicativo de celular com ameaças diretas à família da vítima, afirmando que quem estivesse com o celular dela, que continha as mensagens e fotos das agressões por ela sofridas, "deveria tomar muito cuidado ao expô-las às autoridades, pois ele ou alguém cobraria tal atitude, no presente ou no futuro". O réu disse ainda, nessas conversas, que "teria sido criado em meio à malandragem, e teria um "papo reto, papo do crime, que não faz curva"."
No pedido de prisão, o MPPR destaca que o acusado tinha um histórico de violência, com registro policial, por agressões físicas e verbais cometidas contra outras quatro pessoas – todas essas vítimas também eram mulheres. Como apontado pela Promotoria na petição, "Infelizmente, a quinta e última vítima não teve oportunidade de recorrer a justiça e registrar a violência que sofria".